sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Seja bem vindo!

 Bem vindo!

Um sábio da antiguidade escreveu que "não há fim", na quantidade de livros que se escreve (foi o escritor do livro bíblico de Eclesiástes, o rei Salomão). Se isso é verdade com livros, é também apropriada a aplicação no que diz respeito a música. Ela, para muitos, é apenas um entretenimento como outro qualquer. Mas, que entretenimento é capaz de nos transportar para um momento remoto no passado, uma época da nossa vida que talvez estivesse bem trancada numa gaveta de memórias? Qual passatempo atual consegue atravessar as barreiras naturais de um ser e, com intensidade, alterar-lhe os sentimentos? a verdade é que a música transcende a limitada definição de entretenimento. Trata-se de um universo dentro de uma galáxia, de um planeta, de um coração. Ela está na essência do ser humano, antes mesmo dessa essência existir. De fato, por mais que nos orgulhemos dessa maravilhosa "invenção" humana, seria mais correto classificá-la como descoberta. Pois certamente a sua invenção não é obra humana, mas DIVINA.

Vou compartilhar, nesse blog, histórias de estilos, e artistas que me fizeram mergulhar fundo nesse universo, e nele descobrir  harmonias e dissonâncias, as quais guardei em um baú. Vou abrí-lo. Te convido a descobrir o que nele há!


DESTAQUE:

Música e história - parte um

Música e história - Parte dois

Motown - um motor negro na música


Postagens: (No menu a direita, elas estão agrupadas por meses)

"Essa é pra você" - Músicas que prestam homenagens

Folk - A folclórica moderna música mundial

Rock - A história

Alicia Keys - Um olhar sobre a sua carreira

MPB - a história

Nina Simone: apagaram uma estrela

New Wave. O Rock mais "alegre"

Música sertaneja - A história

Queen - A história


Skank - Um olhar sobre a sua carreira

Skank - Um olhar sobre a sua carreira

(Na série de posts "um olhar sobre a sua carreira", eu escrevo as impressões que fui tendo ao logo dos anos, sobre a carreida de algum artista que eu acompanho. E passo essas impressões para o artista, em um "bate-papo imaginário. O artista da vez: Skank)

Recentemente fiz uma gravação com uma amiga de uma das suas músicas: "Algo parecido". E ao gravar, acabei viajando num período profundo de nostalgia. Percebi que acompanho vocês há mais tempo do que eu tinha noção. Essa história começou no final da minha infância. Querem saber como foi que uma criança, depois adolescente, adulto, e hoje músico, viu (e ouviu) vocês em todos esses anos?

Skank - 1993
Tudo começou em 93. A banda surgiu dois anos antes, em 1991, em Belo Horizonte. Eu, criado em Salvador - BA, uma cidade onde o reggae, o samba reggae, e a Axé music disputavam espaço com o sertanejo goiano e paulista, e o samba carioca e mineiro, que a essa altura estavam tomando conta do país. Era o ano de Daniela Mercury, Raça negra, Zezé e Luciano, e muitas outras coisas que disputavam a atenção dos ouvintes nas FMs. Nessa época, eu preferia dois dos estilos acima: O reggae e o Samba Reggae, além do rock dos anos 80, que ouvia muito. Passava horas ouvindo músicas no rádio e gravando as minhas favoritas em fitas k7. Foi quando ouvi vocês pela primeira vez. A música? "Homem que sabia demais".


O Interessante é que esse disco foi lançado por vocês de maneira independente em 1992, com o título "skank". Mas logo a sony percebeu o potencial da música e relançou o disco. Confesso que esse reggae me atingiu em cheio. Fui atrás de uma fita (isso mesmo, fita) para ouvir todo. Não lembro como consegui, mas ouvi. Um som que misturava duas coisas que gosto muito:O rock oitentista, e o reggae. Isso era de se esperar, porque vocês eram, na verdade, originalmente uma banda de reggae. Inclusive, o nome da banda foi tirado de uma música de Bob Marley: Easy Skanking. Pronto: passei a gostar muito do som da banda. A música que mais tocou desse disco foi "Tanto", outra música que mostra a influência do Reggae jamaicano no som do grupo. Mas com "homem que sabia demais" foi amor ao primeiro play. Uma linha de baixo marcante, típica de boas bandas de Reggae, que eu amava ouvir na caixa de som de madeira do aparelho 4 em 1 lá de casa. Foi dada a largada para uma carreia de sucesso, e eu, no retrovisor, fui seguindo de perto.

"Calango" - O sucesso nacional (inevitável) chegou merecidamente!
No ano seguinte, saiu o disco que alavancou vocês ao topo das paradas: CALANGO. A influência do reggae, e do dance hall jamaicano ainda eram fortes, mas nesse disco, vocês trouxeram as raízes tradicionais locais em algumas canções, além de temas rurais, junto com um bom BRrock. Esse disco emplacou muitas músicas nas paradas de sucesso. As canções  "Jack, Tequila", "Te ver", "Esmola", "O Beijo e a Reza", "Pacato cidadão", "Amolação", E "É proibido fumar", foram veiculadas pelas emissoras de rádio e TV na época. Ou seja, das onze canções do disco, SETE incrivelmente fizeram sucesso, e até hoje estão entre as mais conhecidas de vocês, e entre as minhas favoritas também. Para quem ainda não os conhecia, foi um belo"MUITO PRAZER!" 

Calango - No youtube

O samba poconé - Eu posso discordar da maioria?
Em 1996 saiu um disco que levou vocês longe. Bem longe! O samba Poconé. Nessa época, vocês já eram uma banda reconhecida. E o disco foi um grande sucesso. Nacional e internacional. O disco trouxe alguns hits: "É uma partida de futebol", "Eu disse a ela", "Tão seu", e o maior sucesso do disco: "Garota nacional".  Nesse disco vocês trouxeram muito mais a influência do rock do que do reggae. Uma mudança de estilo que foi bem aceita nacional e internacionalmente. Mas sendo sincero, com vocês, da banda: O disco é bom, mas eu ainda prefiro o disco anterior.

                                  
                                  É uma partida de futebol



Siderado -  Rock "britânico", metais, e quase nada de reggae
Em 1998, no auge dos meus 16 anos foi lançado o disco SIDERADO. Esse eu não ouvi completamente quando saiu, mas algum tempo depois, por uma questão de logística (Eu logisticamente não tinha dinheiro para comprar o CD). E quando ouvi, pessoal, confesso: achei um bom disco de outra banda. É que não era bem o som que eu estava esperando. O disco trouxe três hits: "saideira", mandrake e os cubanos" (Que foi assunto de uma aula de português, dada por minha professora, que amava o som de vocês), "saideira", e a música de vocês que mais me pedem pra tocar no violão: "Resposta".
Confesso que não entendi muito a sonoridade do disco. Na época, nem sabia dizer se gostei ou não. Depois de anos, descobri que vocês trocaram os produtores do disgo, por dois britânicos. Provavelmente essa era a razão da nova sonoridade de vocês. Esse foi o último disco de vocês que eu ouvi na íntegra (antes da internet, claro. Depois da net, já ouvi todos). Passei a acompanhar vocês pelo que saia na mídia.



Resposta


Maquinarama
Esse disco saiu em 2000. Três músicas dele foram veiculadas pela mídia, mas não com o mesmo impacto de outrora. Gostei de todas: 
 "Três Lados", "Balada do Amor Inabalável" e "Canção Noturna". Havia uma mistura interessante de influência eletrônica com elementos acústicos. Estava então com 18 anos e começando a tocar violão. Amei poder tocar "três lados". (uma versão simplificada, mas valeu)




Ao vivo MTV
Um registro dos sucessos do Skank foi lançado em 2001, no disco MTV AO VIVO. Além de reunir alguns dos maiores sucessos da banda, o disco MTV AO VIVO trouxe a música "Acima do sol", que foi o sucesso do Skank naquele ano. Nessa época a MTV estava em tv aberta, e eu (como um jovem fã de música) acompanhava durante longas horas do dia essa emissora de videoclipes. Foi bom ver a banda ao vivo e os arranjos ao vivo ficaram muito bons. Outras músicas voltaram a fazer sucesso por causa do disco ao vivo, a exemplo de "tanto", do primeiro disco.

Acima do sol



Cosmotron
Esse disco saiu em 2003. Nele houve um sucesso marcante, e uma das músicas de vocês que eu mais gosto. E como foi bom aprender a tocar ela no violão. Estou falando de "Dois rios". Outro sucesso do album é: "Vou deixar". E tem uma música que eu acho bem interessante, pela questão de "ponto de vista". "Formato mínimo".
Dois rios


Vou deixar
Radiola (2004), Carrossel (2006), estandarte (2008)
Os anos passavam, os cds se sucediam, o sucesso alternava-se com discos pouco expressivos, e eu acompanhava vocês à certa distância. Na coletânea RADIOLA, vocês fizeram uma versão de "VAMOS FUGIR". O que mostrou que vocês estavam cada vez mais distantes do reggae, pois tornarm esse reggae de Gil, num rock do bom. O disco CARROSSEL passou quase despercebido. A música que tocou um pouco foi "Mil acasos". Acho que o momento não estava legal para as bandas longevas do pop rock nacional. Confesso que foi aí que comecei um distanciamento, não pela qualidade de vocês em si, mas acho que, nesse período, vocês estavam no hall de artistas que eu gosto, mas não no room dos meus artistas favoritos. Achei um disco livre, mas não posso dizer que gostei dele. Não na época, ao menos. O disco posterior, ESTANDARTE, saiu quando eu já tocava violão há um tempo. Trouxe duas músicas que até hoje gosto muito de tocar: "Sutilmente" (A primeira música que aprendi a tocar usando um capotraste), e "Ainda gosto dela (Com a belíssima contribuição de NEGRA LI. Deviam ter aproveitado e convencido ela a DEIXAR DE VEZ O RAP). O "ESTANDARTE" me fez relembrar que eu gosto muito do som de vocês.

Ainda gosto dela

Velocia
Vocês lançaram três coletâneas nos anos posteriores ao "ESTANDARTE". E por fim, chegamos no VELOCIA, de 2014. Esse eu já pude ouvir todo, afinal, a gtrande rede já era grande nessa época. O que posso dizer? Senti um grupo nostalgico ao ouvir esse album. Tive a impressão de que vocês estavam bebendo de novo na fonte da juventude, com um pouco daquela influência de Reggae dos primeiros discos, e muitos outros elementos que trouxeram ao longo da carreira. Se gostei do disco? Esse é um daqueles discos que fui digerindo aos poucos, como quem toma uma sopa quente. Mas os hits foram poderosos: "Ela me deixou" (Aquele ska gostoso de ouvir), e o maior sucesso do disco, uma verdadeira aula de geografia bagunçada no refrão, mas que trás a sutileza dos bons arranjos que vocês sempre fazem, e que ficam lindos no violão: "Esquecimento".

Ela me deixou

Esquecimento
Mas aí vieram as notícias, rumores, de uma possível pausa na carreira da banda (Traduzindo, a banda iria acabar). Bem, confesso a vocês que, após a conformação dessa informação, fiquei um tanto decepcionado. Afinal, de 1993 até 2018, já tinham se passado 25 anos. 25 anos que escuto vocês, que passei a admirar as linhas de baixo de Léo Zaneti, as composiçoes da parceria Samuel / Chiquinho Amaral, 25 anos em que eu saí de um garoto que gostava dessa banda de Reggae, e me tornei um músico que ama essa banda e suas composições bem arranjadas. Enfim, tudo tem seu fim.

Mas aí, nesse mesmo ano, 2018, vocês lançaram uma música que, além de me fazerem lembrar do quanto eu gosto de vocês. Foi a música que eu mencionei no início dessa nossa conversa: "Algo parecido".

Algo parecido
Essa música realmente me fez lembrar o quanto eu gosto de vocês, o quanto, com todas indas e vindas, vocês sempre estiveram aqui, no meu toca fitas, ou na minha tv, ou no cd player, e agora, no meu bluetooth. Após essa gravação com minha amiga, fui relembrar todas as músicas de vocês que eu gosto. E são MUITAS! De fato pessoal, o que posso dizer: Muito obrigado por todos esses anos que vocês tornaram muito mais agradável o ato de "APERTAR O PLAY", ou de DEDILHAR UMA BOA MÚSICA. Quase sempre eu estou ouvndo vocês. Ou "algo parecido"!