terça-feira, 31 de março de 2020

Motown. Um motor negro na música.

Ao analisar a música, e os variados estilos, uma coisa se nota: Não tem como entender a música de determinada sociedade sem mergulhar na cultura e elementos que fazem parte desta sociedade. E assim como a sociedade influencia a música, a música também a influencia. E é assim no caso da Motown

Então vou tentar descrever do modo mais resumido possível a história desse selo que se tornou uma verdadeira  linha de montagem de sucessos. A MOTOWN

O nome Motown (contração de “Motor Town”, cidade dos motores) é uma homenagem à cidade-natal da gravadora, Detroit, que era um polo industrial de automóveis. Foi fundada por Barry Gordy, em 1959. Qual a sua importância pra musica? Vejamos:

Como disse,  não dá pra separar a história da música e a do país em que ela é feita. Durante muitas décadas, os EUA eram um país segregado (negros e brancos legalmente separados). Essa é sempre uma questão significativa, ao se falar da cultura e, evidentemente, da música, americana. Assim, embora houvessem muitos  negros e brancos talentosos, os negros não tinham quase nenhum  espaço na mídia. Dizia-se que os negros tinham talento, mas não sabiam vendê-lo. Isso mudou com o surgimento da Motown.

Trabalhando como se fosse uma linha de montagem, a Motown era bem mais que uma gravadora. Eles lançavam quase que exclusivamente artistas negros. Mas faziam mais do que gravar. A MOTOWN dava para os seus artistas aulas de canto, dança, dicção, e os vestia e penteava sempre impecavelmente. Além disso, a MOTOWN tinha uma excelente banda de estúdio, de modo que suas gravações eram de muita qualidade. A Motown também se preocupava em como os artistas apareceriam na TV.
Assim eles eram perfeitamente arrumados e coreografados para aparecer na televisão. Eis alguns exemplos:




Temptations - My girl



Jackson 5 - I want tou back

A  "Linha de montagem" da  Motown era muito eficiente, lançando um artista atrás do outro nas paradas de sucesso. Em apenas nove anos, a Motown emplacou incríveis 240 sucessos nos top 40 das paradas americanas. Assim, a Motown se tornou uma das maiores gravadoras dos Estados unidos, e finalmente os artistas negros venceram a barreira da segregação

Vocês já ouviram vários sucessos da Motown. Então, Mais alguns pra curtirem!









New Wave. O rock mais alegre


É comum os estilos musicais terem influência, não só no seus fones de ouvido, ou na hora da faxina em casa. Normalmente, os estilos musicais também influenciam a moda, o cinema, e até a cultura de uma época. Vamos falar sobre um estilo que fez muito sucesso, em especial nos anos 80: o New Wave.

Antes de descrever, vamos ouvir um pouco:






O New Wave surgiu nos anos 70. Nessa época, a Disco dominava as rádios, e o punk era a variação do rock que mostrava a rebeldia de uma geração. O New Wave surgiu paralelo ao Punk. Tratava se de um estilo de rock, aparentado com o punk, porém, em vez de roupas pretas de couro e letras de anarquia, o New Wave se caracterizava por um som mais "alegre", que reunia elementos da Disco Music com o rock.

as vestimentas que acompanhavam os músicos eram mais leves e coloridas. Até mesmo a moda dos cabelos passou a ser influenciada pelo New Wave. A
moda dos mullets
Pra quem não sabe o que é Mullet: é um corte de cabelo curto na frente em cima e no lados, longo atrás. Foi muito popular no início dos anos 1980 até o início da década de 1990, 

O instrumento musical que é a marca registrada do estilo New Wave é o SINTETIZADOR


Esse é o SINTETIZADOR. Um tipo de teclado que cria sonoridades e timbres.

Esse é o Synth sholder, ou SINTETIZADOR de ombro. Comum no New Wave dos anos 80.

Alguns riffs famosos de sintetizadores.

O New Wave caiu no gosto popular, e da mídia, virando moda nos anos 80. O sucesso foi tanto que quase tudo que aparecia nos anos 80 era associado ao estilo. Grupos como A-ha, Duran Duran, Culture club, Depeche Mode, e muitos outros estouraram nessa época.

Os anos 80 passaram, e o estilo New Wave perdeu força na indústria musical. Mas até hoje, quem viveu (e quem não), ao ouvir um dos sucessos da época, se transporta para os coloridos anos 80. Eles talvez não saibam, mas gostam muito desse estilo musical. O NEW WAVE

Nina Simone - apagaram uma estrela




Seja em filmes, séries americanas, ou até mesmo comerciais de tv, provavelmente em algum momento você já ouviu essa música.
Essa voz encorpada, diferente, pertence a Nina Simone. Vamos conhecê-la e descobrir
porque a maioria do público não a conhece.

Eunice Kathleen Waymon, é o nome dessa cantora e pianista que foi tão marcante quanto polêmica, e que foi um ícone da música negra americana, especialmente o Jazz e o blues: Nina Simone

Nascida em 1933 na Carolina do Norte, EUA, ainda criança, mostrou aptidão com o piano, que teve contato na igreja que sua família frequentava.

O talento que ela demonstrou, desde cedo, fez que ela recebesse ajuda de graça de uma professora de música, e assim ela passou a ter um sonho: ser a primeira pianista clássica negra dos estados unidos, um país que era segregado (havia separação entre negros e brancos)

Aos 20 anos passou a se apresentar nos bares tocando piano. Em um deles o dono afirmou que ela teria que cantar, não só tocar piano. Nessa época, ela assumiu o nome de Nina Simone, para que os pais não soubessem que ela estava se apresentando em bares.

Nina foi rejeitada no conservatório de música da Filadélfia, mesmo tendo estudado em Julliard, uma famosa escola de música em Nova York. Então Nina  continuou a carreira no jazz e blues. O sucesso seria  evitável. E foi estrondoso e rápido. Nina era diferente. Nina era talentosa. E logo atingiu o sucesso nacional. Gravações como "Feeling good" conquistaram o país inteiro.

Mas o que aconteceu? Porque a maioria das pessoas nunca ouviu falar em Nina Simone? Por que o sucesso dela não foi tão duradouro quanto o de outras cantoras negras, tal como Dianna Ross, ou Aretha Franklin? Três fatores em especial:

1 • Seu Casamento: Nina se casou com Andrew Strouds, que se tornou o seu empresário. O relacionamento era marcado por brigas e espancamentos por parte de Andrew, e segundo Nina, ele a pressionava a ser um sucesso na mídia e nos shows. Tudo isso contribuiu para o segundo fator que ajuda a entender melhor a carreira de Nina.

2 • Suas emoções. Nina era tão talentosa quanto explosiva. Explodia fácil e de modo imprevisível, com músicos, produção e até com a plateia. Em certos concertos ela exigia o mesmo silêncio de um público de música clássica. Nina explodia com todos ao redor. Até mesmo sua  filha era um grande alvo das suas explosões. Uma nota importante: só anos depois é que se descobriu que Nina tinha problemas emocionais, como transtorno Bipolar,o  que tornava sua convivência com outros bem difícil. Mas na década de 60, parecia apenas que ela era uma pessoa difícil de lidar.


Nina  interrompe a música para mandar uma garota se sentar


3 • Seu engajamento: os direitos civis foram a bandeira da vida de Nina. Na época dela os negros eram separados dosa brancos. Alguns eram assassinados devido a cor da pele. Nessa mesma época surgiu a luta dos negros pelos seus direitos; esse período é conhecido como  "os direitos civis". Uns defendiam uma luta pacífica, como Martin Luther King. Outros defendiam a violência como forma de lutar pela igualdade, como os Panteras Negras. Depois que quatro crianças negras foram mortas por uma explosão numa igreja, frequentada por negros, Nina se engajou de vez na luta. Mas ela defendia a luta a qualquer custo. Defendia nos seus shows que negros deviam estar prontos e dispostos a pegar em armas se possível. E mesmo matar brancos, se necessário, como uma forma de "fazer justiça", já que os brancos matavam os negros por nada, além da cor.





Não achei legendado, mas em resumo, ela menciona lugares onde aconteceram graves perdas para os negros, como Alabama (onde ficava a igreja, já mencionada), Tennessee, e o "Maldito Mississipi"


Nina passou a sofrer boicote das rádios e TVs, dominadas na maioria por pessoas brancas, também deixou de ser contratada para shows. Por fim, saiu dos EUA, morou na África, depois na França. Mas sua carreira já estava prejudicada.

 Nina Simone morreu em 2003, na França.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Música e história - parte 1

A música sempre foi parte atuante na história das civilizações. Mas muitas vezes, em vez de participante da história, a música assume o papel de narrar os fatos históricos, tanto os mais marcantes, quanto os quase esquecidos. Vamos ver aqui cinco músicas, e às histórias por trás das composições .





Zombie - The Cranberries


A história dessa música é triste. Durante décadas, a Irlanda, um país católico, localizado na ilha da Britânia, esteve em conflito com a Inglaterra, protestante.  O tema central desse conflito: A religião. E um dos principais agentes dessa disputa: o exército republicano irlandês (ou IRA) Porém, na década de 90, os dois países se articularam para quebrar as forças e as ações do IRA. Mas como sempre, nem todos concordam com a paz. E no dia 20 de março de 1993, o IRA provocou a explosão de duas bombas em  lixeiras na cidade de Warrington, Inglaterra. Resultado: 50 pessoas feridas, e duas crianças, de 12 e 3 anos, mortas. Dolores O Riordan, vocalista do grupo Cranberries, compôs essa música de protesto, falando desse evento e de outros dessa guerra, e como as mães choram ao ver suas crianças levadas. Ela chama os soldados que não pensam na atrocidade de matar crianças, e nos que ficam em silêncio frente as barbaridades do conflito, de Zumbis.




Wind of change - Scorpions

A gerra fria, conflito entre os capitalistas, liderados pelos estados unidos, e os comunistas, liderados pela então união soviética, dividia o mundo em dois pólos. A Alemanha foi separada por essas ideologias, e Berlim, sua capital, por um muro. Esse conflito durou até 1991, quando a união soviética se desfragmentou. Porém, mesmo antes disso, os ventos da mudança, ou seja, o fim dessa divisão político-militar, já se ouviam na União soviética, e em todo mundo comunista. A banda Scorpions fez um show em Moscou, onde várias bandas de países capitalistas se apresentaram. Ali, o vocalista Klaus Meine percebeu que, apesar do exército comunista estar presente, não impunha mais sua força sufocante como antes. Ele notou que as mudanças estavam chegando. E descreveu nessa canção essa sensação. Quando ia descendo por Moscou, ele sentia os ventos da mudança, ou seja, o fim da divisão do mundo em dois, e se possível, a reunificação  da sua terra natal, a Alemanha, onde parentes eram separados por um muro físico e Ideológico. E assim surgiu a música Wind of change.





Rosa de Hiroshima - Secos e Molhados

Agosto de 1945. A segunda guerra Mundial está em curso, porque apenas um país - o Japão - resiste ao ataque dos aliados. Uma invasão era planejada. Porém, a decisão do governo dos EUA foi forçar a rendição pela força, revelando ao mundo, pela primeira vez, a força das bombas atômicas. Em 6 de agosto de 1945, uma bomba foi detonada sobre a cidade de Hiroshima. Três dias depois, outra sobre a cidade de Nagazaki. Resultado? Mais de 200 mil mortos nos dois bombardeios (isso no primeiro dia, e são apenas estimativas. O número real pode ser bem maior). O Japão, impotente, rende-se semanas depois, pondo fim a segunda guerra Mundial. Para os aliados, as bombas eram um recurso necessário para forçar a rendição do Japão, e assim poupar as vidas perdidas em uma invasão. Porém, para muitos, até hoje, essa matança de civis foi totalmente sem propósito. Em 1954, Vinícius de Moraes escreveu o poema "Rosa de Hiroshima", no qual convida o leitor a pensar nas consequências do bombardeio. Não o fim da guerra, mas as consequências para as vítimas, as pessoas afetadas pela radiação, e até mesmo para as futuras gerações, que sofreriam os efeitos nocivos desse envenenamento radioativo. O nome do poema faz alusão ao efeito visual da explosão, que lembra uma "rosa desabrochando". Em 1979, o grupo Secos e Molhados, musicou o poema de Vinícius.





Aces High - Iron Maiden

Segunda guerra mundial. O exercito de Hitler dominou quase toda a Europa, venceu a França, e tinha como objetivo dominar a Inglaterra, praticamente, último reduto livre da influência nazista. Porém, a Inglaterra é uma ilha, e sua marinha era a mais poderosa do mundo. O plano de Hitler? Bombardear a Inglaterra com a maior força aérea da época: a luftwaffe  (força aérea alemã), até que os ingleses se rendessem.  Porém, Winston Churchill, primeiro ministro da Inglaterra, em seu discurso gritou: "não vamos nos render". E os ingleses decidiram resistir com o que tinham. Assim, a maior batalha aérea de todos os tempos foi travada sobre os céus da Inglaterra. A RAF (força aérea real), infligiu a Hitler sua primeira derrota, impedindo a dominação da grã Bretanha, que permaneceu como a parte livre da Europa ocidental. Essa música conta a história desses  "Ases do alto", que tinham que voar pra viver. Ou morrer






Smoking snakes - Sabaton

Uma banda sueca, cantando uma música em inglês, mas com o refrão em português. Essa é a música smoking snakes. Vamos a história:
A força expedicionária brasileira (FEB) lutou na segunda guerra Mundial aos lado dos aliados, na Itália, combatendo contra os nazistas. No dia 14 de novembro de 1945, três soldados brasileiros, Geraldo Baêta da Cruz, Arlindo Lúcio da Silva e Geraldo Rodrigues de Souza, se separaram do seu regimento. De repente, se vêem frente a frente de um batalhão alemão de cerca de 100 soldados, que estava para atacar outro pelotão brasileiro, composto de apenas 30 soldados. Os três praças receberam ordem de se render, mas não tiveram dúvidas: partiram pra cima do pelotão inimigo, e o fogo cruzado foi intenso. Por fim, os três soldados ficaram sem munição, e foram mortos pelos inimigos. Nesse meio tempo, os trinta pracinhas conseguiram se proteger do ataque alemão, e salvaram suas vidas. Reconhecendo a bravura dos brasileiros, os soldados alemães decidiram enterrá-los, não em valas comuns, mas em um cemitério improvisado, com cruzes com a inscrição: "três heróis brasileiros". Em 2014, a banda de heavy Metal Sabaton lançou a referida música, no álbum heroes. No nome smoking snakes (Cobras fumantes), se deve ao slogam da FEB: "A cobra vai fumar!



Amanhã... Será? - O teatro Mágico
Essa se baseia em uma história relativamente recente. A maioria dos países do chamado oriente médio, durante décadas, era dominado por ditadores, cujos mandatos se arrastavam, e as condições de vida e de liberdade nesses países só piorava. Em 2010, um jovem chamado Mohamed Bouazizi, ateou fogo ao próprio corpo, como forma de protesto contra a repressão policial do seu país, a Tunísia, que o impedia de ganhar a vida como vendedor de rua, e também pela corrupção governamental que o oprimia da mesma forma. Ele morreu no dia seguinte, 18 de dezembro de 2010. Como consequência, vários protestos começaram a ocorrer na Tunísia, contra o governo. A maioria desses protestos era organizada por redes sociais, como o Facebook. Em outros países árabes, eventos semelhantes passaram a ser marcado pela internet, e os protestos se espalharam por toda região do oriente médio, e norte da África, no que veio a ser conhecido como primavera árabe. Como resultado desses protestos, alguns ditadores, como o da Tunísia, Egito, e Líbia, foram depostos. Em alguns desses países, eleições foram organizadas e governos democráticos se estabeleceram.  No ano de 2011, ainda estando vivas as  turbulências dos conflitos, o teatro Mágico lançou a música "Amanhã... Será?"  na qual faz referência a "todo bit, byte, tera", que seria "uma força bruta", contra as ditaduras. E como "o post" nas redes sociais "é a voz que vos libertará", de tais governos.

Bom, essas são algumas, das músicas históricas. Breve postarei outras músicas e suas histórias por trás das composições.

segunda-feira, 23 de março de 2020

MPB - a história

A MPB é um estilo de música, logicamente, brasileira. O termo significa Música Popular Brasileira. Surgiu no cenário musical do país na década de 1960, quando a bossa nova, que varreu o mundo na década anterior, começou a perder força. A partir de uma fusão de elementos da Bossa nova com estilos  folclóricos nacionais, e um forte apego ao samba, surgiu o que era chamado de MPM (música popular moderna)

 O termo MPB já era usado há muito tempo para definir manifestações folclóricas do Brasil, como o bumba meu boi. Mas não era, até então, um termo que definia um estilo musical específico.

*Arrastão - o início*
Em 1965, Tom Jobim, um dos patronos da bossa nova, junto com Edu Lobo, foram responsáveis por uma canção que é considerada o marco zero da MPB: arrastão. Essa música foi interpretada por Elis Regina, e marca uma grande diferença entre a MPB e a nossa nova: ao passo que a bossa pede um canto mais contido, a MPB permite cantar "de voz cheia".

A partir dali, difundiriam-se artistas novatos, filhos da Bossa Nova, como Geraldo Vandré, Taiguara, Edu Lobo e Chico Buarque de Hollanda, que apareciam com frequência em festivais de música popular. Bem-sucedidos como artistas, eles tinham pouco ou quase nada de Bossa Nova. Vencedoras do II Festival de Música Popular Brasileira, (São Paulo em 1966), Disparada, interpretada por Jair Rodrigues, e A Banda, de Chico Buarque, são bons exemplos dessa ruptura com a  Bossa Nova.


 *Festivais da música popular brasileira*
A partir de 1965, a TV Excelsior, e depois a tv Record, patrocinaram festivais de música popular brasileira. Esses eventos popularizaram, não só o termo MPB, mas também muitos artistas que vieram na esteira desse novo ritmo, como Elis Regina, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, dentre outros. Desse modo,  a chamada MPB se estabeleceu como um estilo musical brasileiro, marcante e duradouro.

Abaixo a guitarra* 
Em 1967, a MPB passou a assumir, quase que por acaso, uma conotação e importância política no país. Temendo a influência da música internacional, em especial do rock inglês e americano, que poderiam invadir e aniquilar a música nacional (assim acreditavam muitos interpretes), alguns artistas de renome, como Jair Rodrigues e Elis Regina, organizaram em 1967, a passeata "abaixo a guitarra elétrica". Na contramão desse movimento, Gilberto Gil e Caetano Veloso estão entre os primeiros a incluir a guitarra elétrica na MPB, marcando a influência de estilos como Jazz e rock na chamada música popular brasileira.




*A ditadura, os estudantes, e a MPB*
A partir do golpe militar, e especialmente a partir do AI5, em 1968, a MPB entrou de vez no cenário político nacional. Com a proibição de qualquer manifestação contra a ditadura militar, o meio de expressão das frustrações dos jovens acabou sendo a música - especialmente a MPB. Então, músicas com críticas políticas veladas começaram a ser veiculadas nacionalmente, e censuras pelo governo vigente. Como não era possível "silenciar" artistas conhecidos, pois a morte desses repercutiria internacionalmente, a opção foi exilar tais artistas.



*Década de 70 - dias atuais* 
A música popular brasileira, a partir da década de 70, passou claramente a misturar aspectos da música mundial, com samba, e outros aspectos de música nacional. Assim a MPB se tornou um termo muito amplo, e bem difícil definir. As décadas de 80 e 90 viram o surgimento e o domínio de outros estilos nacionais e importados, como rock, New Wave, sertanejo, dentre outros. Mas foi o momento em que muitos artistas surgiram na MPB e deram a identidade desse estilo. Djavan, João Bosco, Maria Betânia, Gal Costa, e mais recentemente Ana Carolina, Jorge Vercilo, Lenine, e tantos outros, continuaram - e ainda continuam - representando com beleza esse estilo genuinamente brasileiro.

*Nova MPB*
Na década de 2000 surgiram muitos artistas que são classificados como nova MPB. A diferença são as temáticas, pois outras influências são inseridas nesse estilo. Artistas como Marcelo Jeneci, Roberta Sá, Ana Vilela, Tiago Yorc, e grupos musicais como A banda Do mar, AnaVitória, trazem diversas influências comuns nas faculdades do país, e até mesmo temas circenses.



Hoje, esse caldeirão cultural, difícil de definir com simplicidade, mas fácil de amar, é o que muitos gostam de ouvir em sua playlist, inclusive eu. Ouçam muita MPB

domingo, 15 de março de 2020

Rock - a história

Vou começar minhas postagens no blog falando, de forma resumida, da história desse gênero que é tão importante para a música mundial: O ROCK. Bem vindo a cabine do tempo

 Década de 1920: o início
O rock tem suas raízes na música negra americana, especialmente o blues e o R&B. A expressão Rock and roll, porém não foi usada pela primeira vez numa música de rock, e sim em um blues, por Trixie Smith.

Década de 30
Surgem os instrumentos eletrônicos, como a guitarra e o contrabaixo, assim como o microfone. Eles foram fundamentais para o rock

Década de 40:  Um filho de pai desconhecido
Surgem as primeiras gravações do que é considerado rock. Não há concordância de qual foi o primeiro rock gravado. Mas certamente essas são as origens:







Década de 50: o rock ganha forma, explode, e quase morre!
Na década de 50 surge uma outra invenção que deu forma ao rock: a guitarra de corpo sólido. Os artistas de rock começam a fazer sucesso, vencendo a barreira racial (note que os artistas no eram, inicialmente, negros na sua maioria, e os EUA, naquela época, eram um país segregado, separava negros de brancos).  Um dos artistas que eu considero o primeiro a dar a forma ao rock, é Chuck Berry, que nas suas músicas dava destaque a guitarra (e essa é a marca do rock: Guitarra no centro).





E então surgiu alguém que foi muito importante em levar o rock ao mundo. Não só por ser talentoso, mas por ser Branco. Esse é um fator significativo, afinal, como já dito, os EUA eram um país segregado. Estamos falando de: Elvis Presley. 


(Há quem diga que esse foi o início do rock, mas como vocês notaram, muita coisa veio antes de Elvis)

Mas, no final dos anos 50, a maioria dos artistas de rock ou estava morta, ou estragou de alguma maneira a sua carreira. Parecia o fim do rock'n roll. PARECIA!


Década de 60: renascimento.
Quando o futuro do rock parecia estar selado, e a lápide já estava pronta, eis que surge o quarteto super, hiper, mega estimado: Beatles. Eles alavancam o rock de novo. Na esteira dos Beatles vieram os Rolling Stones. O rock sai da UTI com força.



Década de 70: O rock se consolida e ganha forma
Na década de 70 o rock se firma de vez entre as músicas mais influentes do mundo. Surgem vários subgeneros, como o Punk, progressivo, e outros. Surgem também muitas bandas que influenciam até hoje a música. Nessa década surge uma das minha bandas de rock favoritas: Queen.




Década de 80. O rock domina e ganha peso
Nessa década, o rock passou a dominar as paradas de sucesso, com o New Wave. Ao mesmo tempo, os estilos de rock mais pesados, como o Heavy metal, e suas variações, se tornaram populares.  Até no Brasil, o que mais se tocava no rádio era o chamado rock  nacional.



Nessa época também surge o hard rock. O rock disfarçado de música romântica.




Década de 90: O rock perde fôlego, mas não morre
O rock começou bem a decada de 90, com um estilo que varreu o mundo. O grunge.
Nirvana é seu maior representante.




Mas logo o pop passou a dominar as paradas.
Nessa época, surgem novos estilos de rock que só vão ganhar relevância na década seguinte. Por exemplo, o New metal.

Anos 2000: misturar, pra renovar

Nos anos 2000, o rock respira graças a uma mistura de rock, música eletrônica e rap, que surgiu nos anos 90, chamada New metal.




E hoje, o rock é, sem dúvida, o estilo musical mais influente da história mundial, e se divide em tantos subgêneros, que é quase impossível alistar todos aqui brevemente. E na verdade, a lista mais importante, é a sua playlist, na qual, mesmo que você talvez não saiba, tem a guitarra influente do Rock.