sábado, 18 de abril de 2020

Queen - A história

Nessa postagem, vou contar, de forma bem resumida, a história de uma das bandas mais influentes do Rock mundial, cuja importância é reconhecida por artistas de diversos gêneros musicais. Queen!
Mas essa pequena biografia será diferente. Vou contá-la para vocês em forma de vídeo. Ponham os fones de ouvido, e vamos a história.





Agora que você já viu a biografia, confira alguns sucessos das diversas fases da carreira do Queen


Bohemian Rapsody, um Marco.






Som na caixa







quarta-feira, 15 de abril de 2020

"Essa é pra você": Músicas que prestam homenagem

Músicas compostas como forma de homenagear alguém são muito comuns. Aliás, esse é um dos temas preferidos dos compositores. Sejam homenagens póstumas,  para seu ídolo, ou para um grande amor, enfim: prestar homenagens muitas vezes é o gatilho criativo para composições, incluíndo muitas que se tornaram sucesso. 
Nesse post vamos falar de algumas dessas músicas que foram escritas como homenagens, postumas ou não, a alguém. Se você não conhecia a história delas antes, provavelmente irá ouví-las de outro modo. Então, vamos as histórias

                    Elton John - Empty garden



             
 Veja a tradução aqui.




Nessa música, o personagem (que é o próprio Elton), chega a um jargim vazio, em frente a uma casa, em Nova Iorque. Antes, havia um jardineiro que cuidava bem do seu jardim. Ele bate na porta o dia todo, mas ninguém atende. Ele chama: "hey, Johnny, Can't you come out to play?" (Ei, Johnny, você não pode sair pra tocar?).

No dia 8 de dezembro de 1980, morreu John Lennon, assassinado na porta do prédio onde morava, em Nova Iorque, por alguém que se dizia seu fã.


Elton John e John Lennon eram amigos, e a morte de Lennon causou profundo impacto em Elton John. E dessa tragédia, nasceu "empty garden".

Além de falar de "um jardim descuidado", pois seu jardineiro não existe mais, a música também faz referência ao Madson square garden (garden, significa jardim), onde os dois se apresentaram juntos. Esse "jardim" ficará vazio (empty), pois Lennon se foi.


  Roberto Carlos - Debaixo dos caracóis dos seus cabelos.






"As luzes e o colorido

que você vê agora


nas ruas por onde andas


na casa onde mora


você olha tudo, e nada


te faz ficar contente


você só deseja, agora


voltar pra sua gente
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos

uma história pra contar

de um mundo tão distante"


Essa composição foi feita por Roberto Carlos, e foi inspirada por uma visita que ele fez a Caetano Veloso, que estava exilado em Londres, por causa da ditadura militar que governava o brasil, e que mandou muitos artistas, e outras pessoas influêntes, para o exílio. Na ocasião da visita, Caetano se emocionou e chorou muito ao cantar junto com Roberto. Caetano sentia muita saudade de casa, e não se adaptava ao clima frio de Londres. Faltava o calor do sol e o calor humano. Comovido pela tristeza do baiano, Roberto compôs a música "debaixo dos caracóis dos seus cabelos (é, na época, Caetano usava um cabelo cacheado bem destacado).



                                     
Pearl Jam - Jeremy


                Veja a tradução aqui.


Na esteira do Nirvana, a banda de rock que alavancou o estilo Grunge, veio outra banda que também fez muito sucesso na época. O Pearl Jam. E a música que trouxe projeção mundial para a banda trás uma homenagem polêmica.


A música se chama "Jeremy", e a história contada nela é muito triste. Jeremy Wade Delle, tinha 15 anos, e morava com o seu pai. No dia 8 de jameiro de 1991, ele chegou atrasado na escola, e a professora de inglês o mandou a sala da diretoria, pegar uma autorização para que pudesse assistir a aula. Ao retornar, Jeremy teria dito: "senhora, aqui está o que fui buscar". Então ele tirou uma arma da mochila e se suicidou, diante da turma.


Na investigação, não ficou claro (ou ao menos não foi revelado) o que levou Jeremy ao suicídio. Seus colegas de escola o descreveram como alguém calado, mas que não tinha problemas com eles.

Porém, ao saber da notícia, que ocupou apenas uma tirinha de jornal, Eddie Vedder, vocalista da banda Pearl Jam, lembrou de uma história do seu próprio passado. 

Quando jovem, ele e outroa meninos implicavam com um colega de escola chamado Brian. Eddie admite que mal conhecia o garoto, mesmo assim, pegava no pé dele, junto com os seus colegas. Eddie chegou a se envolver em uma briga com Brian. 
Um dia, Brian chegou na escola, puxou uma arma e deu um tiro em um aquario durante a aula de oceanografia. Felizmente ninguém se feriu.

A morte trágica de Jeremy fez Eddie pensar nas consequências de suas ações no passado, e o efeito do bullying sobre Brian, e sobre Jeremy. Eddie acredita que o bullying foi um dos fatores que causou o desespero de Jeremy, assim como a negligência de seus pais. Se estivesse tudo bem com Jeremy na escola, como seus colegas afirmaram, ele não cometeria suicídio na frente da turma. O clipe da música tem uma cena polêmica, e é justamente a cena do suicídio. A emissora de tv MTV censurou esse final, e mostra apenas a cena seguinte: os colegas de Jeremy sujos de sangue. Assistindo a essa versão editada, pode se ter a impressão que Jeremy atirou nos colegas, o que não foi o caso.

                                          Hey Jude             



     
                       
                       Veja a tradução aqui

Paul McCartney,  baixista e vocalista dos Beatles, estava a Caminho de visitar Cyntia Lennon, de quem John Lennon estava se divorciando, e o filho do casal, Julian, que estava, obviamente, triste pelo que estava acontecendo. O ano era 1968. 
No caminho, ele desligou o carro, e começou a cantarolar os primeiros versos dessa canção. Paul disse:

 "Eu dirigi por cerca de uma hora. Eu costumava desligar o rádio nessas viagens e cantarolar, vendo se conseguia compor canções. Então comecei a cantar - 'Hey Jules - don't make it bad, take a sad song, and make it better...' – como uma mensagem de esperança para Julian. Tipo, ‘qual é cara, seus pais estão se divorciando, sei que você não esta feliz, mas você ficará bem.’ "

A música, anteriormente, se chamava "Hey Jules". Depois o nome foi mudado para "Hey Jude". Paul só contou oficialmente para Julian sobre a inspiração da canção em 1987. Essa é a história de um verdadeiro clássico da música mundial. E também uma evidência clara de que o fim dos Beatles estava próximo.

Uma curiosidade sobre essa canção: A versão original dessa música tem cerca de 7 minutos. Porém, as rádios da época não costumavam tocar nada que tivesse mais de 3 minutos. Assim a música foi editada, para se tornar "comercial".


        Elton John - Candle in the wind


                  
          Esse vídeo tem tradução

Mais uma de Elton John, que, em matédia de fazer homenagens, é um especialista. Essa música ele fez em homenagem a Marilyn Monroe. Mas nessa música, ele se refere a ela pelo nome verdadeiro, Norma Jean. 

Nessa música de adeus, gravada 11 anos após a morte de Marilyn, ele tenta humanizar a estrela do cinema, falando de coisas que a mídia não dava atenção. Ela teve que pagar com a solidão pelo estrelato. Era uma imagem vendida e fabricada a alto custo para ela. Transformada em  símbolo sexual, e ao mesmo tempo, em um objeto. 

Elton também critica a mídia, que sempre explorou sem dó Norma Jean, inclusive, ele critica o fato de que, na ocasião da sua morte, a imprensa deu muita ênfase ao fato de ela ter sido encontrada nua. 

Em 1997, Elton John relançou essa música, mudando a letra, para homenagiar a princesa Diana, que falecera naquele ano. Essa última versão tornou a música candle in the wind em um sucesso muito maior do que a primeira versão.


                  

               Versão de 1997, com tradução

Essas são algumas das homenagens musicais.  Esse universo é imenso, e eu trouxe algumas dessas estrelas para o blog. 


sexta-feira, 10 de abril de 2020

Música sertaneja - A história


Música sertaneja é um gênero musical do Brasil que, embora tenha sofrido várias influências de outros estilos musicais e de diversas culturas estrangeiras, é genuinamente brasileiro. A origem desse estilo se relaciona intimamente com a ocupação territorial do Brasil, feita pelos bandeirantes, e com o surgimento da figura do "caipira". Muitas músicas do cancioneiro popular foram a síntese do que hoje conhecemos como música sertaneja. Considera-se normalmente que o surgimento desse estilo musical se deu na década de 1910.

Raiz

Nesse início, era predominante o som da viola, ou viola caipira; um instrumento parecido com o violão, mas que possui 10 cordas.
Em 1929  (alguns dizem que foi em 1928), o jornalista Cornélio Pires conseguiu que a então chamada música caipira fosse posta em um formato para ser gravado, e assim  foi. Muitos consideram que a música Sertaneja comercial surgiu a partir daí.

 Até o final da década de 1960, a música sertaneja que tocava nas estações de rádio, era o que hoje conhecemos como Raiz. A música a seguir, de Tião Carreiro e Pardinho é um exemplo. Ela é tocada inteiramente na viola.



Sertanejo romântico

A fase mais conhecida do sertanejo, e a que realmente tornou o sertanejo a música mais ouvida no país. Nesse período, a viola perde espaço para o violão e os temais rurais perdem força, dando espaço as dores de amor (ou sofrências).  As duplas mais bem conhecidas estão nessa fase, por exemplo: Zezé e Luciano, Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo.

Percebe-se aí a influência de estilos como a Jovem guarda (intrudução da guitarra) e de elementos da música latina e do Country americano nos arranjos. Exemplos :


                                             Influência da música latina





A influência do country
                                        

Nessa fase, a música sertaneja deixa ser algo tocado quase que exclusivamente nas rádios AM, passando a tocar na maioria das FM. Também deixou de ser apenas a música do interior, especialmente de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, para ganhar as capitais, e por fim, todo o país.


Sertanejo universitário, ou novo sertanejo.

Dispensa apresentações. Surgiu nos anos 2000, e segue a linha da música sertaneja romântica, mas com muitas alterações. Alguns consideram que a dupla João Bosco e Vinícius foram os pioneiros do estilo. Os temas românticos dividem espaços com músicas que falam de festa, mulheres, traição e coisas do gênero. Um instrumento que volta a ser  usado na música sertaneja nessa fase é a sanfona.

Acredito que, dessa fase, não  preciso por links como exemplos. É o que se toca até hoje predominantemente nas rádios e TVs.

Hoje, a música sertaneja é considerada o estilo musical mais popular do Brasil, inclusive, mais do que o samba. É o estilo mais comercializado, e com mais eventos realizados ao redor do país.

Aí está, de forma resumida, a história da música sertaneja.

terça-feira, 7 de abril de 2020

Alicia Keys - Um olhar sobre a sua carreira

Um olhar sobre a sua carreira

Essa série de post são biografias de artistas que eu gosto, por isso serão escritas em primeira pessoa. Vou falar, lógico, da história de tais artistas, mas, vou além disso: vou "chamá-los para uma conversa", onde eles terão a oportunidade de "conhecer" as opinioes e indagações (nem sempre objetivas) de um apreciador de suas carreiras. Nele, escrevo as impressões que tive desde a época que conheci tais artistas. Então não se espante se, em dado momento, tais impressões parecam um tanto a opinião de um jovem que colhia as utopias em meio ao que acontecia ao seu redor.

Alicia Keys: um processo de reconciliação

O ano era 2001. A música americana, que há tempos dita as regras do entretenimento, se resumia a grandes sucessos do pop, de forte apelo midiático, mas pouco conteúdo musical. Alguns lampejos de coisa boa surgiam nessa época na terra do tio Sam.  Fazendo um contraponto com isso, temos a musica britânica, enchendo de beleza e qualidade as playlists ao redor do mundo. Coldplay, é um bom exemplo disso. E aí você surgiu.

 O estilo? R&B. O instrumento? Piano. A batida? Forte reforço nos graves, como  em um sucesso de rap. E a voz doce, ao mesmo tempo imponente e ousada de jovem. Foi assim que te conheci. E o mundo da música, surpreso, também.

Mas vocé não estreou cantando. Nascida em New york, em 1981, logo cedo, você estreou na tv. Com 7 anos, se interessou pelo piano, que viria ser seu companheiro fiel. E como você toca bem! E os anos passaram. Muito aprendizado, até o momento da estreia. Vamos olhar a sua carreira, e eu vou te explicar por que houve um rompimento entre nós, e o que fiz para reatar a relação.

Song in a Mirror

Bem, um cd de R&B que fizesse sucesso mundial, não surgia há tempos. Mas você veio. Um disco que tem uma introdução que é um sample com um clássico de Beethoven. A música se chama Piano and I.


 E então, o ápice. A musica que nos apresentou. Uma voz jovem, ansiosa e linda. Um piano marcante. E a forte batida R&B: Fallin'.



O disco tinha poucas (acho que uma) composições um tanto pops midiáticas, mas não se destacaram. Não perante tudo mais que tinha a oferecer. Um sucesso de crítica e de público logo na estreia.
12 milhões de cópias e 5 prêmios grammys, ja diziam: você veio pra ficar. E eu disse: "Seja bem vinda!"

The Diary of Alicia Keys

Esse disco de 2003, trouxe a essência da Alicia que conheci em 2001, mas com uma diferença: Nesse disco, você mostrou mais o seu lado pianista. Faixas como "You don't know my name", com um solo de piano em escala descendente no refrão, deixaram claro: Você domina as teclas.


Nesse disco saiu aquela que eu considero sua obra prima, e que na sua terra, é a mais amada das suas canções: "If ain't got you".
Mais uma vez, sucesso de público e de critica. Mais quatro grammys pra casa.



 Mas teve algo que me preocupou: Sua aparencia estava mudando. Se afastando daquela "garota do rip rop", em direção a "sexy capa de revista". Nota-se isso nos demais clipes desse álbum.


Unplugged

Em 2005, saiu o seu cd unplugged MTV. Um sucesso de vendas dessa série de acústicos, ficando atrás apenas do imbatível acústico do Nirvana. Na canção Unbreakable, vemos você, sendo você: Piano, voz, e batidas. Esse disco não ganhou nenhum grammy.



As I Am - julguei o disco pela "capa"

Infelizmente, não havia internet banda larga quando você surgiu. Havia sim, uma total dependência minha de acompanhar você pela mídia. E isso, infelizmente, me fez rever os conceitos elevados que tinha sobre você. Esse disco saiu em 2007, e seu maior hit é "no one".



Mas a imagem que veio associado a essa música, de uma cantora sexy, irresistível, era a imagem de quem? Porque você nunca precisou disso. Ganhou mais um grammy com essa música, e graças a "no one", muitos, especialmente fora dos EUA, te conheceram. Esse foi o maior hit do album. E eu, um tanto decepcionado, esperava mais, embora a considere uma boa música. Infelizmente, eu não possuia o real, nem o dólar na carteira, para comprar (no caso, encomendar) o disco. A impressão ruim só foi tirada anos depois, quando ouvi esse disco todo (graças a grande rede), e percebi: Voce estava nele. E é um excelente disco!

Element of freedom - A relação estremeceu de vez.

Em 2009 saiu o Element of freedom. Esse eu estava decidido. Não iria julgar sem ouvir. Catei as moedas, quebrei o porquinho, fui a uma loja de CDs e, visto que eles não o tinham, encomendei. Queria ouvir o album e não julgar pelo hit lançado na mídia por produtores que só pensam em vendas.
No disco, seu potencial vocal foi posto em evidência. Você consegue expressar raiva, em uma canção (love is blind), e ser bem sensual em outra (try sleep with a broken heart), somente com a sua voz.





Contudo, embora ainda seja um disco de R&B, e é sim, um bom disco, percebi nele a influência forte do pop, e um grande desejo de emplacar mais um hit. Parecia que certas músicas foram postas ali apenas para se tornarem hits.Você provou da sensação de ser um sucesso de público, e gostou do sabor. Eu vi uma artista em conflito nesse disco. E em todos os clipes que saíram, a cantora e musicista sumiram. Apenas a mulher sexy e linda (e você era isso tudo mesmo) recebia destaque.

Put It in a Love song, com Beyoncé

This bed

 Bem: aí acho que a relação estremeceu. Como disse, não o considero um disco ruim, mas a primeira impressão (que confesso, estava influenciada pelo que você divulgiu do disco anterior) ainda era essa: você, buscando mais um hit, e querendo se assemelhar com a vulgaridade que a mídia ama. Esse nunca foi o seu forte. Você sempre esteve em outro patamar,  acima da comum associação feita pela mídia, entre a música e o corpo, a sensualidade. O disco não emplacou nenhum hit. Eu pensei que isso te ajudaria a ver que o mais importante não é isso. Que o melhor que você tem a oferecer é a sua música. Simplesmente única! Mas eis que veio Jay Z e atrapalhou seu aprendizado. O dueto "Empire states of mind", varreu o mundo, e você foi ao topo das paradas. É uma boa música. Mas o problema é o que ela representa: o perseguido sucesso.  Fiquei desesperançoso quanto ao futuro.




Girls on fire

Em 2012 saiu o disco Girls on fire. Bem, esse eu não estava nem um pouco a fim de encomendar. Preferi ver o que viria a ser divulgado E nessa época, eu ja tinha banda larga. Era só esperar. Então veio. Mas veio outra daquelas músicas feitas para ser hit. A música tem o mesmo nome do disco. Não me surpeendeu.



 Mas algo sim, me surpreendeu: A imagem. Você não estava mais a mulher sexy irresistível dos ultimos álbuns (claro, em "girls on fire, ainda é o que se explora). Você estava mais magra, até.
Então você lançou o clipe que me ajudou a entender muita coisa, e até voltar para ouvir discos renegados. A música e o clipe de "brand new me". Parece que voce quer se libertar daquela imagem fabricada.




Então pensei: será que você errou mesmo  nas escolhas, ou o que se divulgou antes é que estava errado? Fui ouvir o "as I am"  (o disco de "no one"), e vi que era você. Você estava lá. Então fui ouvir o álbum girls on fire. E tirando essa música, o álbum é seu. É você, a Alicia de sempre, com mais ousadia para experimentar. Não posso dizer que é um excelente álbum, mas superou minhas expectativas (que não estavam muito altas). E eu notei algo mais: eram seus produtores, ou gerenciadores de carreira, que estavam me fazendo ver incoerencias na sua na suas escolhas , vendo mais incoerências do que, de fato haviam. Algum tempo depois dessa descoberta, comecei a acompanhar mais de perto as suas entrevistas (que tinha que penar para traduzir do inglês). Foi esclarecedor.

Here - Você dizendo quem é

Antes de você lançar esse disco, você fez mudanças radicais. Me surpreendeu. Pra começar, parou de cobrir totalmente seu rosto de argamassa. Eu não sabia que você tinha sardas! Seus cachos, em vez de serem contidos, podados, e chapeados, foram assumidos, e postos pra cima, em destaque. Suas entrevistas falam do quanto você sofreu com essas exigências, esse "se encaixe nos padrões". Uma escravidão disfarçada de sucesso. Uma pressão absurda te fazendo crer que só a sua música não bastava para fazer sucesso.  Você precisava ser a mulher sexy e perfeita que a indústria fonográfica fabricou. Você precisava ser falsa com a sua imagem, se afastando daquela "moleca", daquele seu jeito de "rapper", de NY. A mídia só não sabia (ou não ligava), e nem eu sabia, que esse seu jeito despojado e espontâneo foi a sua maneira de superar a ausência do pai, na infância. Eles te tiraram isso. Te escravizaram. Mas a sua libertação veio. Você quebrou os grilhões, pra nunca mais usá-los.
Esse álbum está refletindo isso. Você chegou no seu lugar:  aqui (here).


O álbum talvez seja amado, odiado, mas nunca subestimado. Você está livre nele. Parece não estar pensando em hit (tanto que ele não tem nenhum), mas experimenta muita coisa nova, sonoridades que nunca te vi fazer. Eu pessoalmente, vou ouvi-lo com mais calma. Dar tempo pra perceber você nele.


Em NY, o show do disco Here. Você, e sua nova imagem livre.
Muita gente acha que você está incentivando as mulheres a não se maquiarem, ou que você odeia esses itens, mas não é o caso. Claro, graças a você, um movimento ganhou força nos EUA, denominado NO MAKE UP (sem maquiagem). Mas, como você disse em uma entrevista recente, você ama seu gloss, batons e make. Mas ama muito mais saber que pode DECIDIR quando usá-los, e como, e não ser OBRIGADA A USÁ-LOS, do jeito que a midia acha "correto", encobrindo "imperfeições" que na verdade, te definem.
Confesso: gostei de te "conhecer" de novo.

Ao olhar pra sua carreira, o que eu vejo, Alicia?

 Vejo uma artista que, tão jovem, trouxe algo novo, surpreendente, ao cansado mercado fonográfico americano e mundial. Vejo que, ao longo do tempo, como acontece com muitas relações, maus entendidos atrapalham a continuidade da minha relação de admirador de sua carreira, por um tempo. Algo já sanado. E vejo mais: Você é, e continuará sendo, a maior representante do R&B da atualidade, e uma das maiores cantoras da sua geração. Quanto a mim? Hoje, ouço e amo TODOS OS SEUS DISCOS, tenho uma playlist com mais de 90 músicas suas, e digo em alto e bom som: estamos em paz!